Você tem ou conhece alguém que sofra com a famigerada gastrite?
Apesar de bem popular, a gastrite ainda deixa algumas dúvidas, nesse post vamos esclarecer alguns pontos importantes. A gastrite consiste na inflamação do revestimento gástrico. Simples né? .
Essa inflamação pode ser causada por inúmeros fatores, como infecções, estresse decorrente de doença grave, lesões, alguns medicamentos e distúrbios do sistema imunológico. Alguns de seus sintomas são dor ou desconforto abdominal e, por algumas vezes, náusea ou vômito. Usualmente, o diagnóstico é dado com base nos sintomas do paciente, mas ocasionalmente é necessária a endoscopia digestiva alta para fechar o diagnóstico de forma mais precisa.
Em geral, o tratamento se baseia no uso de medicamentos que atuam na redução da produção de ácido gástrico. O revestimento gástrico é resistente à irritação e geralmente pode suportar ácidos muito fortes. No entanto, na gastrite, o revestimento gástrico sofre irritação e inflamação.
Dessa forma, a gastrite é dividida em duas categorias e é aí que talvez comece a novidade para algumas pessoas, pois ela pode ser EROSIVA e também NÃO EROSIVA.
A gastrite erosiva (a mais conhecida) consiste na inflamação e corrosão do revestimento gástrico. As células produtoras de muco que protegem o revestimento gástrico do ácido estão ausentes ou danificadas. Podendo ela ser aguda (quando se desenvolve subitamente), ou crônica (quando sua evolução é mais lenta).
A gastrite não erosiva é caracterizada por alterações que variam de desgaste (atrofia) do revestimento gástrico até a transformação do tecido gástrico em outro tipo de tecido (metaplasia).
Frequentemente, diversos tipos de glóbulos brancos se acumulam no estômago e causam diversos graus de inflamação pelo fato de atacarem essas células gástricas produtoras de ácido.
Desses dois tipos de gastrite derivam vários outros.
TIPOS DE GASTRITE
GASTRITE CAUSADA POR H. PYLORI
A infecção pelo Helicobacter pylori (H. pylori) induz inflamação persistente na mucosa gástrica (gastrite).
As cepas do H. pylori apresentam diversidade genotípica (ou seja, não são todas iguais), desencadeando o processo inflamatório por meio de mediadores e citocinas diferentes. Podendo levar a diferentes graus de resposta inflamatória da pessoa infectada, resultando em gastrite crônica, úlcera péptica e até mesmo câncer gástrico.
Até os 60 anos de idade, cerca de 50% das pessoas são infectadas. Contudo, apenas 20% das pessoas cuja gastrite foi causada por H. Pylori apresenta sintomas ou complicações como uma úlcera péptica do estômago ou do duodeno.
Os sintomas da infecção por H. pylori incluem indigestão e dor ou desconforto no abdômen superior.
O tratamento para esse tipo de gastrite e para as outras que também são erosivas, é realizado com antibióticos, antiácidos, e com uma dieta saudável com restrição de bebidas gaseificadas e alimentos ricos em xantinas.
GASTRITE CAUSADA POR AINES (ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS)
Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) estão entre os medicamentos mais usados do mundo. Esses agentes proporcionam efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e antipiréticos. Todavia, há também um amplo espectro de efeitos adversos, sendo as complicações gastrointestinais (GI) um dos mais importantes.
Os AINEs bloqueiam a COX-2 para controle da inflamação, porém também bloqueiam a COX-1 que é responsável pela síntese de prostaglandinas, produção de muco, homeostase vascular e agregação plaquetária, deixando assim o tecido gástrico sem proteção, exposto à ação do ácido clorídrico causando a dor e os outros sintomas característicos da gastrite.
Essa complicação se dá normalmente quando o paciente ignora a prescrição médica extrapolando o limite de dias de uso do medicamento ou faz uso crônico de anti-inflamatórios. Essa prática pode também abrir espaço para que o H. pylori se instale, causando ainda mais danos no tecido, podendo causar a evolução de uma gastrite que poderia ser somente aguda para uma crônica.